Pular para o conteúdo principal

Sobre aquilo que não pode ser ensinado




É possível ensinar como trabalhar colaborativamente e como respeitar o pensamento divergente? Ou cabe ao indivíduo desenvolver individualmente tais habilidade? Dependendo das respostas aos questionamentos apresentados, a escola deverá criar os cenários necessários para que o estudante encontre as oportunidades para aprender através da vivência de algumas situações. O professor, por sua vez, deverá estar disponível para conduzir o estudante na reflexão sobre o seu comportamento e arbitrar situações de conflito, entre outras coisas. Em minha opinião, esses questionamentos são interessantes e professores preocupados com o desenvolvimento dos estudantes devem pensar um pouco sobre isso.

Existem habilidades que o estudante deve desenvolver, mas que não são capazes de serem ensinadas pelo professor. Sim, são as habilidades sociais diretamente relacionadas com as experiências interpessoais vividas. São as habilidades para o século XXI que estão classificadas dentro de um conjunto denominado “habilidades para a carreira profissional e para a vida” (http://naescola.eduqa.me/carreira/quais-sao-as-habilidades-para-o-seculo-21-e-como-ensina-las-na-educacao-infantil/). Tais habilidades são: flexibilidade e adaptabilidade; iniciativa e foco; conviver com pessoas de cultura diferente; produtividade e transparência.



Observe que essas habilidades serão importantes para o desenvolvimento profissional dos estudantes, sem dúvida. Mas, igualmente, elas serão importantes para o desenvolvimento de um cidadão do mundo, que cuidará de si e de sua família, que respeitará as diferentes formas de pensar e que contribuirá com soluções coletivas e democráticas. Enfim, são importantes para a construção de uma sociedade democrática contemporânea. Nesse sentido, como auxiliar um estudante a aprender e/ou desenvolver tais habilidades?

A Aprendizagem Baseada em Equipes é uma estratégia que se adequa a esse fim. Nela, estudantes encontram a oportunidade para a aprender as habilidades para a carreira profissional e para a vida, ao mesmo tempo em que aprendem o conteúdo acadêmico e desenvolvem as habilidades técnicas necessárias. Não é uma ação simples para ser desenvolvida, mas está longe de ser um objetivo inalcançável. Um treinamento básico para os professores é um bom começo. Nele, entre outros assuntos, o professor deve discutir e aprender como aplicar o Modelo de Tuckman à Aprendizagem Baseada em Equipes e como desenvolver Avaliação Formativa.

Depois disso, coloque-os para estudar em grupo e guie-os para serem pessoas melhores. Alguns exemplos estão nas fotos postadas aqui. Assim, seguramente, os estudantes tornar-se-ão melhores profissionais que assumirão a responsabilidade social para a construção de um mundo melhor, porque eles desenvolverão as suas habilidades para a carreira profissional e para a vida. Isso é #EDU4F. Isso é Educação para o Futuro.




On things that cannot be taught



Can we teach how to perform a collaborative work and how to respect the divergent thinking? Or each person should individually develop his/her own skills? According to the answers for those raised questions, school must create scenarios where a student may find the opportunities to learn by living learning situations. Teacher, complementarily, should guide students into a reflection process about his/her behavior and also should be a referee in conflicting situations, and so on. I believe those questions are interesting and teachers concerned with students’ development must think a bit about them.

Students should develop some skills which are not possible to teach. It is a fact. They are social skills directly related to interpersonal experiences. They are the 21st Century Skills classified as “Career and Life Skills” (https://en.wikipedia.org/wiki/21st_century_skills). Those skills are: flexibility and adaptability; initiative and self-direction; social and cross-cultural interaction; productivity and accountability.




Pay attention those skills will be important to students’ professional life. However, equally, they will be important for developing a citizen for the world, who will take care of himself/herself and of his/her family, who will respect divergent thinking and to collaborate for new collective and democratic solutions. Thus, Career and Life Skills are important to construct the contemporaneous and democratic society around the world. In this sense, how to help a student to learn/to develop such skills?



Team based learning is a good strategy to students learn the Career and Life Skills. In that approach, they will learn academic content and technical skills and, at the same time, they will develop Career and Life Skills needed. It is not an easy action to perform. But, it is not an unreachable goal. A teacher training for those concerned with students’ development is a good beginning, in which teachers should learn how to improve his/her pedagogical practice with the Tuckman’s Model for group development applied to the Team Based Learning and Formative assessment.

After that, put students to study in groups and guide them to be better persons. You can see it in all pictures posted here. Thus, surely, students are going to become better professionals who are going to take on the social responsibility for building a better world to live. It just will be possible if they develop their Career and Life Skills. It is #EDU4F. It is education for future.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que um blog para documentar a apredizagem de estudantes do IFRO?

Em 2016, participei de um programa de desenvolvimento profissional chamada Professores para o Futuro, organizado pela associação SETEC-MEC/CNPq/HAMK (http://vetteachers2016.blogspot.com.br/). Fui até Hämeenlinna, Finlândia, em busca de uma atualização profissional na área pedagógica, especialmente focada na Educação Profissional. Aprendi sobre Metodologias Ativas e Aprendizagem Centrada no Estudante. Porém, mais que isso, aprendi que a Educação para o Século XXI envolve letramento digital. O letramento digital pode ser entendido não apenas como a habilidade para uso de aplicativos e outras ferramentas digitais, mas também a correto comportamento em rede sociais, a comunicação efetiva e a documentação da capacidade profissional. Assim, foi criado este blog para que o professor possa documentar a aprendizagem dos estudantes durante a produção ativa de conhecimento. Neste post de abertura, como exemplo, apresento o site: http://baiolodi.tumblr.com/. Nele, vocês encontrarão um...

Inovações para a produção de alimentos com frutos amazônicos: empreendedorismo no IFRO

Na Universidade de HAMK, tive a oportunidade de observar várias demonstrações de competências de estudantes de variados cursos. Certamente, a mais saborosa aconteceu no Campus de Lepaa, quando bebi vinhos produzidos por estudantes do curso de enologia. Essa ação é extremamente poderosa para a aprendizagem do estudante e é igualmente importante para orientar a atuação do professor. Isso mostra uma educação profissional autêntica, pois o desenvolvimento pessoal e profissional do estudante pode ser avaliado pelo professor e, talvez mais importante, a qualidade dos produtos e serviços desenvolvidos durante o aprender fazendo é avaliada pela comunidade. Hoje, no IFRO Porto Velho Calama, tive a oportunidade de experimentar o Sorvete de Beribá em desenvolvimento pelos estudantes do Curso Técnico em Química e Professora Minelly Azevedo da Silva. Enquanto comia o sorvete, observei o orgulho dos estudantes envolvidos com a produção e o interesse em entender se existe mercado para es...

LEARNING BY DOING: A FABRICAÇÃO DE QUEIJO FRESCAL COM CULTURA LÁTICA MISTA HOMOFERMENTATIVA COM LEITE PASTEURIZADO COMO PRÁTICA EDUCATIVA PARA O CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO NO IFRO PORTO VELHO CALAMA

INTRODUÇÃO A Resolução nº 06, de 20 de setembro de 2012, do Conselho Nacional de Educação (CNE), define as diretrizes curriculares nacionais para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) de Nível Médio, apontando os seguintes princípios que devem ser observados para sua construção e execução curricular. De forma sintetizada, as diretrizes são: 1) Formação integral; 2) Indissociabilidade entre teoria e prática; 3) Trabalho como princípio educativo; 4) Respeito aos valores éticos, estéticos e políticos da educação nacional; 5) Interdisciplinaridade; 6) Contextualização; 7) Flexibilidade de itinerários formativos; 8) Indissociabilidade entre educação e prática social; 9) Articulação com o arranjo produtivo local; 10) Reconhecimento e respeito à diversidade; 11) Reconhecimento das identidades e; 12) Respeito ao pluralismo de ideias (Brasil, 2012). Acreditamos que esse conjunto de princípios são atendidos quando a prática pedagógica é realizada observando a “Aprendizagem Pelo Trabalho”...