Existe um antigo mito grego sobre a
Caixa de Pandora, que diz que ela não deve ser aberta sob pena dos demônios
voarem para fora e tornarem o mundo um lugar pior para viver. Alguns
professores tem uma ideia equivalente quando eles pensam sobre ferramentas
digitais em suas salas de aula. Isso não é inesperado, porque é uma situação
completamente nova para alguns professores e coisas novas são frequentemente
assustadoras. Entretanto, o mundo tem mudado muito nas últimas décadas,
principalmente após o surgimento de Internet e de buscadores como Google. Então, é tempo para mudar as
crenças dos professores e um bom começo pode ser estender o uso de tecnologias
e ferramentas digitais ao processo de aprendizagem. Não tenha medo, você pode
abrir a caixa. Não há demônio algum lá dentro. Você apenas deve aprender como
lidar com isso e estou aqui para te ajudar com algumas dicas.
Ferramentas digitais são quase
ubíquas atualmente e elas podem ser entendidas como um conjunto de sites de redes
sociais, sites para compartilhamento de mídias e, ainda, ferramentas para
criação e publicação (Fuchs, 2014; Gikas & Grant, 2013; Cochrane &
Bateman, 2010). Aprender como usá-las de forma apropriada dentro do contexto
professional é obrigatório para o desenvolvimento algumas tarefas atuais, tais
como: participação remota em reuniões, relacionamento professional com
consumidores, planejamento e produção de soluções digitais e, ultimamente, elas
têm sido úteis para a produção e divulgação de portfolios digitais para a
demonstração de competências profissionais. Portanto, o
letramento/alfabetização digital, que é a habilidade para o uso de ferramentas
digitais em um modo apropriado dentro do ambiente profissional, é crítico para
evitar a expropriação do trabalho no Século XXI.
Instituições educacionais e
professores devem aprender como usar as ferramentas digitais para a melhoria
dos processos de aprendizagem e, também, como desenvolver ambientes virtuais de
aprendizagem totalmente novos. Isso não é somente sobre criar websites sobre as
oportunidades institucionais e detalhes dos programas de estudo, ou desenvolver
Massive and Open Online Course
(MOOC), ou instalar uma grande infraestrutura para a entrega de Internet sem
fio para todos. Todos eles são importantes e básicos para Instituições
Educacionais no século atual. Assim, o argumento é: professores devem ser
hábeis para mover-se da aprendizagem centrada no professor para a aprendizagem
centrada no estudante (Student Centered
Learning - SCT). Tal movimento pode ser facilitado com um uma capacitação
professional fornecida pelas instituições de ensino, nas quais eles poderão
experimentar algumas ferramentas digitais para compreender como o conjunto
dessas tecnologias torna a aprendizagem centrada no estudante realizável. Ao
fazer isso, certamente, professores guiarão os estudantes ao desenvolvimento da
alfabetização/letramento digital.
Ferramentas digitais aplicadas à
aprendizagem não estão apenas relacionadas à entrega de conteúdo para promover
uma aprendizagem passiva. Superar essa ideia ultrapassada é importante para
perceber como o diálogo virtual pode permitir a aprendizagem a qualquer tempo e
em qualquer lugar. Nesse contexto, professor e estudante devem entender que o
processo de aprendizagem é um processo de negociação de significados. Agora,
irei apresentar alguns dos usos que temos feito das ferramentas digitais para
facilitar a aprendizagem dos estudantes.
Sites para o
compartilhamento de conteúdo
Sites para o compartilhamento de
conteúdo, como Stayfilm, Magisto e YouTube, têm sido utilizados em duas diferentes abordagens. Primeiro,
para registrar as atividades desenvolvidas em classe. Essa é uma poderosa
ferramenta para conseguir o engajamento do estudante, porque ele pode observar
o seu próprio processo de estudo e de aprendizagem. Isso desparta o desejo de
continuar a estudar e de desenvolver atividades com a turma de estudo. Além
disso, essa abordagem está relacionada com a demonstração de como criar
portfolios digitais que poderão ser úteis à avaliação da aprendizagem e à
demonstração de competências profissionais.
Stayfilm
Segundo, estudantes tem usado o YouTube como suporte para a demonstração
de aprendizagem. Isso cobre o processo de avaliação formativa, pois o professor
acompanha o estudante durante o processo de planejamento e produção. Além
disso, os vídeos são uma interessante forma de tornar transparente para a
comunidade aquilo que tem estudado em classe.
YouTube
Criação e
publicação de conteúdo
Ferramentas para a criação e
publicação de conteúdo, como Padlet, Thinglink and Blogger, apresentam vantagens e limitações. Mas, todas podem
auxiliar o professor na tentativa de aprimorar a aprendizagem dos estudantes.
Observe que isso não é sobre abandonar as aulas expositivas eternamente, mas
sobre como intercalar esse modelo de aula com produção ativa, visando obter
estudantes engajados com a aprendizagem. Essa é a situação perfeita, pois
permite que o professor possa escutar as falas dos estudantes que verbalizarão
interpretações equivocadas ou dúvidas. Tal situação somente é possível se estudantes
falarem e escreverem ativamente sobre aquilo que foi estudado.
Blogger é um diário de bordo e apresenta duas vertentes de
trabalho. A primeira, visa dar voz ao estudante, quando ele poderá falar e
refletir sobre suas interpretações e dúvidas. Assim, o professor saberá como e
onde intervir para assegurar a aprendizagem do estudante. A segunda, tem o
objetivo de reportar para a comunidade em geral aquilo que tem sido
desenvolvido dentro e fora da escola, sob a supervisão dos professores. Lembro
que isso torna a instituição transparente para futuros parceiros, como
empreendedores, empresas e agências governamentais. Esses parceiros trarão
cenários autênticos para a aprendizagem dos estudantes e, em contrapartida, a
escola pode prestar auxílio para o desenvolvimento de produtos e serviços
demandados.
Padlet
Blogger
Sites de
redes sociais
Redes sociais, como Facebook e WhatsApp, devem ser considerados por cada Instituição Educacional
como um novo conjunto de conteúdo e habilidade para ser desenvolvido pelos
estudantes (Vicknair et al., 2010). Oportunidades de trabalho têm sido perdidas
porque as empresas têm visitado os perfis de Facebook para investigar sobre opiniões ou preconceitos publicados
em redes sociais. Outra situação interessante é que profissionais recém
graduados têm perdido oportunidades de emprego porque eles não sabiam como
mostrar para os contratantes aquilo que eles já desenvolveram (novamente a
importância do portfolio digital!). Assim, professores devem estar conscientes
acerca desse novo canal de comunicação e, então, orientar os estudantes para um
comportamento adequado com vistas para as futuras oportunidades para o
desenvolvimento pessoal e profissional.
Além disso, em grupos do Facebook e WhatsApp os estudantes estão conectados os professores e encontram
a oportunidade para apresentar as dúvidas no momento em que elas surgem. O
professor não precisa respondê-las instantaneamente, mas o estudante pode fazer
a pergunta no exato momento da dúvida. Isso é importante porque a aprendizagem
raramente no momento da explanação do professor.
Após esses exemplos, você deve ter
percebido que não é preciso ter medo das ferramentas digitais em sala de aula. Você
apenas precisa aprender a utilize-las dentro de um contexto educacional. Isso é
Educação para o Futuro. Isso é #EDU4F
Referências
COCHRANE, T.; BATEMAN, R. Smartphone give you wings:
pedagogical affordance of mobile web 2.0. Australian
Journal of Educational Technology, Tugun: Australasian Society for Computers in
Learning in Tertiary Education; Tugun: ASCILITE, 26, 1, 1–14, 2010.
FUCHS, B.
The writing is on the wall: using Padlet for whole-class engagement. LOEX Quartely, Ypsilanti: Eastern
Michigan University; Ypsilanti: EMU, 40, 4, 7-9, 2014.
GIKAS, J.;
GRANT, M. M. Mobile computing devices in higher education: student perspectives
on learning with cellphones, smartphones & social media. The Internet & Higher Education, 19,
18–26, 2013.
VICKNAIR, J.;
ELKERSH, D.; YANCEY, K.; BUDDEN, M. C. The use of social networking websites as
a recruiting tool for employers. American
Journal of Business Education, Littleton: The Clute Institute; Littleton:
The Clute Institute, 3, 11, 7–12, 2010.
DIGITAL TOOLS FOR ACTIVE LEARNING IN 21ST CENTURY: ARE THEY A PANDORA’S BOX?
There is an
ancient Greek myth about Pandora's box, which says it never should be open
otherwise all evils could flight out making the world a worst place to live.
Some teachers have an equivalent thought when they wonder about digital tools
into their classes. That feeling is not unexpected, because it is something
totally new for teachers and new things are frequently frightener for
conservative people. However, the world has changed a lot since the last
decades, mainly after the dawn of Internet and search tools like Google. So, we believe it is time to
change how teachers’ beliefs and a good beginning may be to extend the use of
technologies and digital tools into the learning process. Don’t be afraid, you
can open the jar. There is no evil inside. You just have to learn how to handle
it and we are here to give you some tips.
Digital
tools are almost ubiquitous nowadays and they may be understood as a set of
social networking sites, media sharing sites, creation and publishing tools,
which provides digital and mobile learning environments for students (Fuchs,
2014; Gikas & Grant, 2013; Cochrane & Bateman, 2010). Learning how to
make a suitable use of them inside a professional environment is mandatory to
perform current tasks, such as: attending remote meetings with other staff
members, connecting companies with customers to solve simple questions related
to service or products, planning and producing products or information to
Internet and, lately, it has been useful to create an e-portfolio for professional skills demonstration for getting new
market. Therefore, digital literacy skills, the ability to use digital tools in
a suitable way inside a professional environment, are mandatory for any
professional, as pointed out for 21st Century Skills and Future Work
Skills.
Educational
institutions and teachers should learn how to use digital tools to improve
learning outcomes and, also, how to develop learning environments totally new.
It is not only about to create a webpage about institutional opportunities and
study programs, or to perform Massive and Open Online Course (MOOC) or to
install a huge framework for delivering Internet Wi-Fi signal for everybody.
All of them are important and basics for Educational Institutions in the
current century. Thus, the point is: teachers should be able to move from
Teacher Centered Learning approach (TCL) to Student Centered Learning (SCL)
practice. That movement can be easily done with a teacher training provide for
their Institutions, in which they can try several digital tools to understand
how the set of these technologies makes Student Centered Learning approach
feasible. Teachers and students should learn how to use digital tools to
exchange theories, to select information from Internet and to solve doubts.
They also should learn about collaborative work and about tools to schedule
meetings and to register activities. Doing that, surely, teachers will guide
students to develop their digital literacy skills.
Digital
tools and mobile learning are not only related to delivery content, promoting a
passive learning. Overcoming this old-fashioned perspective is important to see
how many possibilities a teacher should improve student’s learning outcomes. In
these context, teacher and student should understand learning process is a
negotiation process about meaning. Now, I am going to describe some tools and
how I used them to help students to learn.
Media sharing sites
Media
sharing sites, as Stayfilm, Magisto and YouTube, have been useful in two different approaches. First,
teachers have used it to register their activities with students. It is a
powerful tool to engage students, because they can see themselves studying
actively and it increases the team spirit and the willing to keep performing
tasks together. At the same time, teachers exemplified to students how to
create e-portfolios and how important
it will be soon, because they may tell how was the way that they have traveled
to become a professional.
Stayfilm
Second,
students have used YouTube as a
presentation support for competence demonstration. It covers the formative
assessment, because students will have doubts and learn something step by step.
So, teacher should be present all the time to solve questions and guide them
throughout the production process. Besides that, these movies can be an
interesting way to show for school community what students have studied inside
an Educational Institution. We present some internet addresses to observe
students’ production cited.
YouTube
Creation and publishing tools
Creation and
Publishing tools, as Padlet, Thinglink and Blogger, have its own advantages and limitations, but all of them
help teachers to improve students’ learning outcomes. Pay attention it is not
about to abandon lectures forever, but to adjust it for getting committed
students. This is the perfect situation at classroom, because teacher must look
for mistakes, misunderstood and doubts. It means teacher will be able to find
gaps in the students’ learning. It just may be possible if students have voice
to say out loud, or writing on the wall, what they have learned. Bear in mind
that the active production also is important because students can have an
instantaneous extract from the class target, where all of them wrote
collaboratively about issues that have drawn their attention.
Blogger is a logbook, even though it has
been used in two different strategies. The first one, again, is about to give
voice for students, then they can tell teacher their misunderstood, which will
be useful to adjust the teacher’s practice to assure students’ learning. The
second one is related to reports for society in general about what students
have studied and developed under supervision of teachers. It has been useful to
make our institution transparent for entrepreneurs, companies and governmental
agencies. Since we started to write about our expertise, new connections were
raised in our network and companies. Then, we got some authentic environments,
with real problems, for students learn how to help the community.
Padlet
Blogger
Social networking sites
Social
networking sites, as Facebook and WhatsApp, must be considered by every
Educational Institution as a new content and skill to be developed by students
(Vicknair et al., 2010). Job opportunities have been lost because companies
visited Facebook profiles to
investigate about inadequate opinions or prejudice posts published on social
media network, for instance. Another interesting situation is just graduated
professionals have lost job opportunities because they didn’t know how to show
what they are able to perform in a company. Thus, teachers should be conscious
about this new channel and help students to show a suitable behavior on it,
looking to the future opportunities. It means help students to create an
e-portfolio about their professional skills inside Educational Institutions.
In addition,
we created groups on Facebook and WhatsApp to keep teachers and students
connected for discussing about contents related to studies. It is important
because the learning rarely happens inside the classroom, after an explanation.
In these groups, students share news, scientific papers, blogs and start online
discussions anywhere and anytime. It is a real deep learning, because, when
they are a team and everybody has voice, that discussion makes each student
searching, thinking, reading, writing and talking about some specific school
issue. To sum up, it is a good strategy to keep students committed to studies
and also to make them bring new data to improve the discussion face-to-face inside
classroom.
After these
examples, I believe you don’t need to be afraid anymore. You just should learn
how to handle them inside an educational context. Open the box! You will find
angels in place of evils. It is Education for the Future. It is #EDU4F
References
COCHRANE, T.;
BATEMAN, R. Smartphone give you wings: pedagogical affordance of mobile web
2.0. Australian Journal of Educational
Technology, Tugun: Australasian Society for Computers in Learning in
Tertiary Education; Tugun: ASCILITE, 26, 1, 1–14, 2010.
FUCHS, B.
The writing is on the wall: using Padlet for whole-class engagement. LOEX Quartely, Ypsilanti: Eastern
Michigan University; Ypsilanti: EMU, 40, 4, 7-9, 2014.
GIKAS, J.; GRANT,
M. M. Mobile computing devices in higher education: student perspectives on
learning with cellphones, smartphones & social media. The Internet & Higher Education, 19, 18–26, 2013.
VICKNAIR, J.;
ELKERSH, D.; YANCEY, K.; BUDDEN, M. C. The use of social networking websites as
a recruiting tool for employers. American
Journal of Business Education, Littleton: The Clute Institute; Littleton:
The Clute Institute, 3, 11, 7–12, 2010.
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