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Como manter os diferentes membros de uma equipe de aprendizagem ativa focados no desenvolvimento do projeto?






Uma questão similar a essa foi apresentada para mim no último treinamento de professores que realizei. Discuti o assunto com o colega professor, mas não consegui esquecer o tema. Após muito refletir, acredito que a resposta a tal questão é a INDIVIDUALIZAÇÃO do processo de aprendizagem.




É muito conhecido um pensamento de Rui Barbosa, importante jurista brasileiro, e que versou sobre justiça social. Ele disse algo como: “Todos são iguais perante a lei, porém é preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam". Aqui, pretendo sugerir que a adoção de metodologias de aprendizagem ativa depende do entendimento e aplicação desse discurso ao processo de avaliação de/para aprendizagem. E, assim, conseguir que todos os estudantes de uma equipe mantenham-se engajados e aprendendo. Para tanto, convido a todos para dois exercícios de imaginação.

Exercício 1

Professores devem entender que todos os estudantes são iguais durante a avaliação da aprendizagem, no sentido de receberem um tratamento educado, justo, honesto e focado no desenvolvimento profissional e pessoal.
Professores, também, devem entender que cada estudante é um ser único, com ritmo e experiências para aprendizagem exclusivas, e que cada um pode expor aquilo que foi aprendido de uma maneira diferente à do colega. Talvez, um prefira demonstrar em laboratório o objetivo de aprendizagem alcançado, enquanto o outro pode realizar uma demonstração teórica. O fato é que ambos podem demonstrar que aprenderam algo, ou que atingiram o objetivo inicialmente traçado.
Observe que a padronização da avaliação, um único instrumento igual para todos, não concede essa liberdade ao estudante e, ademais, fere a premissa de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.
Então, professor, você apresentou claramente para o estudante o objetivo de aprendizagem? Você deu liberdade para que o estudante crie a melhor forma demonstrar a aprendizagem realizada?

Exercício 2

Professores aparentam ter memória seletiva. Se por um lado demonstram ter uma memória de elefante, na qual guardam as informações mais importantes (na perspectiva de quem?) para a formação do estudante. De outro lado, após concluir os estudos e obter os diplomas de graduação e pós-graduação, aparentemente esquecem que foram também estudantes e esquecem o desafio que foi o processo de avaliação de aprendizagem pelo qual passaram.

Além disso, às vezes, esquecem que uma escola sem estudante perde a razão de existir. Os estudantes são os atores principais e os cursos de formação e professores são coadjuvantes ao protagonista. É ele que está ali para ser certificado e, em seguida, dar continuidade à própria vida. Por isso é tão importante parar e escutar o estudante (http://www3.hamk.fi/dialogi/diale/index_eng.html). Em outras palavras, é preciso entender o estudante (Quem é? O que deseja? Quais as expectativas? Quais as limitações?) para ajustar os desafios apresentados à capacidade individual, evitando ansiedade ou tédio, garantindo que o estudante atinja o objetivo de aprendizagem proposto. E, então, realizar uma avaliação da aprendizagem honesta e justa com foco no desenvolvimento profissional e pessoal do estudante.

Então, professor, tem você atentamente escutado o estudante para orientá-lo acerca do caminho a percorrer? Tem você ajustado o nível de exigência ao perfil individual do estudante?



Meu argumento é: para manter os diferentes membros de uma equipe de aprendizagem ativa focados no desenvolvimento do projeto, apesar do trabalho coletivo, é preciso INDIVIDUALIZAÇÃO. Se respondermos as questões levantadas anteriormente, teremos argumentos para fazer o estudante perceber que ele esta progredindo, gradualmente, para a resolução do problema proposto. Ele irá sentir-se dono do conhecimento e da produção e, por isso, ficará cada vez mais comprometido com a execução do projeto e com a demonstração da aprendizagem. Isso é Educação para o Futuro! Isso é #EDU4F

PS: Os currículos da Finlândia são desenhados para que o professor realize uma avaliação da aprendizagem que observe a Individualização. São estabelecidos três níveis de desempenho: satisfatório, bom e excelente. Se tiver interesse em saber mais, visite: http://www.oph.fi/english/curricula_and_qualifications/vocational_upper_secondary_education




How to keep different members of active learning teamwork focused on project development?


A similar question was raised to me after the last teacher training workshop that I took part. I had a word with my workmate, but I couldn't forget that question. I spent some time thinking about it and I realized the answer for that is INDIVIDUALIZATION into the learning process.





It is well-known the Rui Barbosa's thought, an important Brazilian lawyer, about social justice. He said something like that: "Everybody is equal toward the law, however is needed to treat equally the equals and unequally those unequal according to their difference".  Here, I intend to suggest that the adoption of active learning strategies depends on the understanding of Rui Barbosa's speech and how to apply his advice into the learning assessment process. And, thus, getting committed students in personal and professional development. So, let's think about 2 scenarios.


Scenario #1


Teachers should see all students as equals regarding the learning assessment, I mean, all students deserve a polite treatment, a honest assessment, focused on their personal and professional development.


Teachers also should see each student as a unique phenomena, with his/her own rhythm, way and experiences for learning, and each one may demonstrate what he/she have learned in a different manner from other person. Perhaps, one of them should stay comfortable running a experimentation in the lab, while other one may select a theoretical demonstration on the white board. The objective fact is both students can show they learned something, or they have accomplished the initial learning target.


Observe that standardization of learning assessment, mainly multiple choice tests, does not allow this freedom for the student and breaks the statement "is needed to treat equally the equals and unequally those unequal according to their difference".


So, teacher, have you clearly presented to students the learning objectives? Did you give freedom to student create the best way to show what he/she has learned?


Scenario #2


Teachers have a selective memory. They remember everything they believe is important to student's career. But, after their own graduation and PhD, they may forget the feeling of being a student and how challenger was their learning assessment process.


Moreover, sometimes, they forget that school without students does not make any sense. Students are the main characters. Curriculum and teacher are supporting actors. Students are coming to school to get their degree or diploma and then walking towards their future lives. Because of that it is important to stop and listen to each student (http://www3.hamk.fi/dialogi/diale/index_eng.html). In other words, teachers should understand the student (who is he / she? which are their expectations? which are their personal needs?) and so to adjust the challenges presented according to the personal capabilities, avoiding anxiety or boredom, allowing student to accomplish the learning objective. After that, teacher can run a fair and honest learning assessment focused on student's professional and personal development.

So, teacher, have you listened your student to guide him/her through the life way? Have you set the requirements according to individual student profile?




My point is: if you are interested to keep different members of a active learning teamwork focused on project development, 
in spite of the collective production, INDIVIDUALIZATION is needed. Each student should have an insight about how much he/she has been improving throughout the learning process. Student will feel like the owner of the knowledge and so he/she will keep committed to learning and happy for performing a demonstration of competence. It's Education for the Future! It's # EDU4F



PS: Finnish curricula are designed to allow teacher run a learning assessment observing the Individualization into the process. They have three levels for student's performance: satisfactory, good and excellent. To know more: http://www.oph.fi/english/curricula_and_qualifications/vocational_upper_secondary_education

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