EXPERIMENTAÇÃO PROBLEMATIZADORA PARA A APRENDIZAGEM CIDADÃ DE BIOLOGIA POR ESTUDANTES DO CURSO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DO IFRO PORTO VELHO CALAMA
Original publicado em: Institutos Federais de Educação da Amazônia Legal e suas interfaces com ensino, pesquisa e extensão (EdIFPA)
Este texto traz um relato de uma prática pedagógica para a aprendizagem de biologia com a aplicação da Experimentação Problematizadora (FRANCISCO Jr. et al., 2008), realizada com estudantes do segundo ano de cursos técnicos integrados ao ensino médio no IFRO Porto Velho Calama. Essa prática pedagógica utilizou como tema gerador o combate às Zoonoses e a promoção da Saúde Pública em Porto Velho, RO, na expectativa de criar contextualização para os conteúdos de biologia estudados no 4º Bimestre, permitindo aos participantes a aplicação da ciência e a reflexão sobre tecnologia, sociedade e política.
A
experimentação problematizadora para a aprendizagem de ciências e alfabetização
biológica
Estudiosos defendem que a utilização de atividades experimentais estimula o interesse nas atividades propostas e, ainda, atribuem “à experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos, [...] aumentando a capacidade de aprendizado”, pois acarreta o envolvimento do discente a temas que estão em discussão na atualidade (FRANCISCO Jr. et al., 2008; MORAIS, 2014; GIORDAN, 1999, p. 1). Portanto, a experimentação tem um papel importante nos processos de elaboração do pensamento científico e, dessa forma, estimular as contradições e encontrar as limitações desse conhecimento (DELIZOICOV, 2001, p. 5). Para fins de organização da prática pedagógica, seguimos as etapas: Problematização inicial; Organização do conhecimento; e Aplicação do conhecimento (FRANCISCO Jr. et al., 2008).
A Problematização inicial consiste em apresentar experiências reais
aos alunos para que estes associem seus conceitos iniciais (visão de mundo
particular) aos temas a serem discutidos. Os conhecimentos iniciais dos alunos
são problematizados pelo professor a partir de questionamentos, em que os
alunos são desafiados e estimulados a ponderarem sobre suas posições assumidas,
fazendo-os refletir sobre explicações contraditórias e possíveis limitações de
seus conhecimentos quando comparado ao conhecimento científico necessário à
interpretação do fenômeno observado, do qual o professor deve ter o domínio. O
aluno deve reconhecer a necessidade de adquirir novos conhecimentos para
interpretar mais adequadamente os fenômenos observados (FRANCISCO Jr. et al., 2008). Para Delizoicov (2001, p.
13), o ápice da problematização é “fazer com que o aluno sinta a necessidade da
aquisição de outros conhecimentos que ainda não detém, ou seja, procura-se
configurar a situação em discussão como um problema que precisa ser
enfrentado”.
Na etapa de Organização do conhecimento, são estruturados sistematicamente, por
meios diversos (lápis-papel, questionários, vídeos, entre outros) os conhecimentos
necessários para a compreensão crítica das situações iniciais. É talvez um dos
momentos críticos para a aprendizagem, uma vez que, caso não haja a organização
eficaz do conhecimento auxiliado pelo diálogo com o professor, é pouco provável
que ele possa ser aplicado numa situação real (FRANCISCO Jr. et al., 2008). Delizoicov (2001, p. 13),
ressalta a necessidade de se empregar nas mais variadas atividades, “de modo
que o professor possa desenvolver a conceituação física identificada como
fundamental para uma compreensão científica das situações que estão sendo
problematizadas”.
A última fase, a Aplicação do conhecimento, destina-se a
capacitar os alunos na utilização do conhecimento que vem sendo construído em
conjunto com a turma e com o professor. Visa subsidiar o aluno para articular
os conhecimentos adquiridos com situações reais. Aqui o potencial explicativo e
conscientizador deve ser explorado (FRANCISCO Jr. et al., 2008). O objetivo
pretendido nesse momento é a utilização dos conhecimentos
pelos discentes, na perspectiva de capacitá-los a articular o conceito
científico com circunstâncias concretas, ao invés de simplesmente encontrar um
resultado ao empregar uma solução pronta e acabada (DELIZOICOV, 2001).
O
combate às zoonoses e a promoção da saúde pública como tema gerador para a
experimentação problematizadora
Nas escolas, as disciplinas de
ciências e biologia configuram-se como espaços importantes de educação em saúde
e higiene. Muitos conceitos são reelaborados durante essas aulas e experiências
relacionadas à qualidade de vida são compartilhadas, promovendo debates sobre
promoção da saúde, individual e coletiva, e prevenção de doenças, como zoonoses
(MOREIRA et al., 2013; FRANÇA et al., 2011). As zoonoses (por exemplo:
Hidrofobia, Leptospirose, Hantavirose, Leishmaniose, entre outras) representam
uma constante preocupação do poder público e da sociedade, uma vez que é
frequente o contato entre animais e os seres humanos, seja para o trabalho,
companhia ou fonte de alimentação. E, em algumas cidades, devido à ausência de
uma estrutura efetiva de prevenção dessas doenças (por exemplo, Centro de
Zoonoses) e de saneamento básico (por exemplo, manejo de águas pluviais e
destinação final de resíduos sólidos), as enfermidades transmitidas pelos
animais aos seres humanos constituem um risco maior para a população. Nesse
sentido, os trabalhos de educação para a promoção da saúde pública possuem
importância, principalmente para crianças e adolescentes (PERONI et al., 2018; MOREIRA et el., 2013), pois eles serão os
agentes de construção e aprimoramento da sociedade em pouco tempo.
Existem relatos de que as escolas
têm realizado sua tarefa, especialmente os Instituto Federais. Um exemplo pode
ser encontrado na intervenção conduzida por estudantes do curso técnico em
Zootecnia do IFRN Apodi, RN. Após um ciclo de palestras sobre zoonoses em algumas
escolas municipais da região, registrou-se a aprendizagem e a fixação de
conceitos por crianças e adolescentes participantes acerca da forma de
transmissão e de prevenção de algumas zoonoses (MOREIRA et al., 2013). Um outro exemplo, a Escola Estadual Quilombola Maria
Joana Ferreira, em Palmas, PR, recebeu o projeto de ensino-extensão “Roedores e
hantavirose na escola”, conduzido por pesquisadores do IFPR Palmas. Novamente,
os autores anotaram a adesão dos alunos às atividades e a compreensão acerca do
tema zoonoses e, então, concluíram que é possível formar cidadãos conscientes,
capazes de aplicar os conhecimentos adquiridos na escola em sua vida em
sociedade (PERONI et al., 2018).
Mesmo assim, Sampaio (2014),
reportou uma carência de informação na população em geral a respeito do que são
essas doenças, sobre a forma como ocorre a transmissão e como evitar essas
enfermidades com medidas profiláticas simples, sem afetar a relação com os
animais de estimação. Pois, a não adoção dessas medidas possibilita o alastramento
das doenças na cidade e, então, exige o desenvolvimento de programas de
controle de zoonoses que, no Brasil, priorizam o tratamento de doentes, a
eutanásia de cães infectados pelo parasita, e a aplicação de inseticidas em
áreas endêmicas, para o controle de vetores (BORGES et al., 2008).
É importante refletir que o modelo
de prevenção divulgado nos livros didáticos e nos materiais educativos e
informativos sobre saúde, ainda, veicula o discurso biomédico de modo
impositivo. Esse discurso limita-se a transmitir conteúdos técnicos
considerados relevantes em relação às enfermidades, sem considerar o contexto
local das comunidades, sem discutir os custos sociais, econômicos e emocionais
envolvidos e, também, sem valorizar os conhecimentos dos membros da comunidade
na resolução dos problemas. Logo, enunciar apenas as medidas de caráter
biomédico, nem sempre ao alcance da população, não a faz participar das ações
profiláticas (por exemplo: vermifugação, vacinação e saneamento básico). Por
isso, as escolas devem promover debates de educação em saúde sobre ações
preventivas, individuais e coletivas, assim como estimular o exercício do
direito à informação e prevenção, além da luta por políticas públicas em saúde
(FRANÇA et al., 2011).
Portanto, é de clareza solar quão
importante é que alunos do Ensino Médio sejam efetivamente alfabetizados em
ciência, alfabetizados em biologia, e que passem por processos de aprendizagem
com informações corretas, e não superficiais, sobre: os agentes etiológicos, as
diferentes espécies de vetores das doenças, sua nomenclatura científica e
regiões endêmicas e epidêmicas, contextualizados ao Brasil. Os equívocos põem a
perder a aprendizagem sobre a doença, pois focam em nomes e imagens
inadequados, tornando o conteúdo de saúde de baixa qualidade e sem pontes com a
realidade do país (FRANÇA et al.,
2011).
Enfim, a educação em saúde é uma
estratégia indispensável no processo de prevenção e controle das doenças
endêmicas, como zoonoses; contudo, ela deve ser coerente, respaldada em conhecimentos
científicos, adequada à população e seu contexto, e ocorrer de modo
participativo, incluindo todos os segmentos da comunidade (PERONI et al., 2018; SAMPAIO, 2014; FRANÇA et al., 2011). Tal estratégia impacta
positivamente a comunidade participante e tem recebido atenção dos estudantes
por sua capacidade em despertar o interesse e a curiosidade acerca do tema e
por essencialmente envolver todos os membros da comunidade no debate para a
construção de soluções, sendo assim, o controle de zoonoses e a promoção da
saúde pública é um tema gerador nato para a experimentação problematizadora.
A experimentação problematizadora sobre zoonoses e saúde pública
para a aprendizagem cidadã de biologia por estudantes do curso técnico
integrado ao ensino médio IFRO Porto Velho Calama – relato de prática
pedagógica
A prática pedagógica para a
aprendizagem cidadã de biologia com a aplicação da Experimentação
Problematizadora aqui relatada foi realizada com estudantes do segundo ano de
cursos técnicos em Eletrotécnica e em Informática, ambos integrados ao ensino
médio, no IFRO Porto Velho Calama. Essa abordagem utilizou como tema gerador o
combate às Zoonoses e a promoção da Saúde Pública em Porto Velho, RO, na
expectativa de criar contextualização para os conteúdos de biologia estudados
no 4º Bimestre, permitindo aos participantes a aplicação da ciência e a
reflexão sobre tecnologia, sociedade e política. No referido bimestre, os
estudantes devem atender aos conteúdos de Ecologia e Evolução como parte da
ementa do curso de biologia. Portanto, a estratégia educativa descrita foi
realizada no decorrer de sete semanas, nos meses de outubro e novembro de 2019.
A prática teve início com a Problematização inicial, quando aos
estudantes foram apresentados questionamentos relacionados ao cultivo de
animais vadios na cidade de Porto Velho pelos próprios cidadãos e na área do
campus IFRO Porto Velho Calama pelos próprios estudantes. Os estudantes foram
organizados em times de aprendizagem e debateram, dentro do grupo e com toda a
classe as perguntas apresentadas, a saber:
1. Por que animais como
cachorros de rua e pombos na cidade conseguem estabelecer com sucesso
populações em Porto Velho/RO?
2. Por que animais como
cachorros de rua e pombos na cidade podem ser considerados reservatórios de
parasitas?
3. Como o crescimento
populacional dessas espécies promove a propagação e o crescimento subsequente
da população de parasitas relacionados aos animais citados? Como explicar o que
são zoonoses e a sua relação com cachorros de rua e pombos na cidade?
4. Investigue a presença de
zoonoses em Porto Velho/RO e explique o ciclo da doença, e identifique o vetor
da doença, o reservatório da doença, o agente etiológico, sintomas. Proponha
uma estratégia de controle para as zoonoses em Porto Velho/RO, observando
custos financeiros, de pessoal, de tempo e social/emotivo.
5. Por que reduzimos o
custo social das zoonoses ao controlar o crescimento da população de animais de
rua e de pombos na cidade? Desenvolva estratégias para o controle dos cachorros
de rua e dos pombos do IFRO Porto Velho Calama, observando custos financeiros,
de pessoal, de tempo e social/emotivo.
6.
É recomendado a alimentação de cães de rua e de pombos na área do
restaurante do IFRO Porto Velho Calama?
Na primeira questão, introduzimos
aos estudantes noções básicas de ecologia, como a necessidade de aquisição de
condições e recursos pelos organismos vivos para a sobrevivência, crescimento e
reprodução. Assim, eles estudaram o que são os requerimentos básicos que um
indivíduo necessita para seu sucesso ecológico e que deve ser extraído de seu
habitat e, ainda, que isso contribui para a manutenção e crescimento da
população.
Ninguém é uma ilha, diria o poeta!
E, na segunda questão, os estudantes discutiram sobre as interações ecológicas
– intraespecíficas e interespecíficas. Um indivíduo como um cão de rua,
obrigatoriamente, precisa estabelecer relações com outro organismo de gênero
diferente de sua própria espécie para a reprodução sexuada. Há também o cuidado
parental entre mães e filhotes, por exemplo. Porém, os organismos estão a todo
momento estabelecendo interações com representantes de outras espécies que
coexistem na mesma comunidade. No caso de animais de rua, assumindo que estão mal-nutridos,
não vermifugados e sem outros tratos de higiene, eles podem ser considerados
reservatórios de outros organismos potencialmente causadores de doenças,
especialmente zoonoses, demonstrando as interações interespecíficas do tipo
parasitismo (parasita-hospedeiro). Esse é o caso do carrapato que parasita o
cão, ou da Leishmania spp. que
parasita o humano e o cão. Essa situação, também, abre oportunidade para a
discussão da coevolução que existe na relação parasita-hospedeiro e sobre as
diferentes definições de espécie.
Na terceira questão, discutiu-se
dois temas diferentes. O primeiro foi a curva de crescimento populacional e a
capacidade de carga do ecossistema que limita o eterno crescimento da
população. Os estudantes refletiram se a população de cachorros de rua está a
crescer em Porto Velho/RO e as causas que promovem esse fenômeno, enfim, se a
cidade oferece condições e recursos para o sucesso dos animais reservatórios e
vetores de doenças zoonóticas. Assim, eles foram conectados ao problema, pois
muitos deles (e suas famílias) alimentam cães de rua e pombos, deliberadamente.
Além disso, pensaram sobre o trabalho desenvolvido por agentes públicos, como
organizações não-governamentais e políticos, que defendem a alimentação de
animais rua, sem a devida contrapartida sanitária (Figura 1). Outro tema
debatido na questão foi o conceito de nicho ecológico, especialmente para os
parasitas. Se o habitat oferece condições e recurso, ao ser colonizado por
indivíduos da espécie, ele rapidamente abrigará uma nova e crescente população.
Assim, ao cultivarmos animais de rua, ampliamos a disponibilidade de habitat
com ninho ecológico explorado pelos parasitas. A ausência de vigilância
sanitária permite a colonização (transmissão de agentes parasitários) para
animais que não os abrigavam e, assim, a doença se alastra na cidade
contaminando novos animais e pessoas (no caso das zoonoses).
Figura 1 – Problematização inicial: exemplos de postagens em rede social apresentadas aos estudantes em classe para demonstração dos diferentes atores e interesses envolvidos na questão do combate às zoonoses e a promoção da saúde pública em Porto Velho/RO. Esse conteúdo serviu para introduzir os estudantes participantes de Experimentação Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de biologia, dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto Velho Calama. As postagens ilustram que as construções coletivas devem escutar a maior amplitude possível de cidadãos, especialmente para o registro da percepção emocional e cultural da comunidade. Enfim, as soluções adotadas não podem ser baseadas exclusivamente na base científica-sanitária. Fonte: Compilação do autor.
Na quarta questão, os estudantes
investigaram algumas zoonoses e se elas estão presentes em Porto Velho. O
professor destacou doenças sabidamente registradas em Porto Velho, a saber:
Leptospirose, Hidrofobia, Leishmaniose, Criptococose, Febre maculosa. Alguns
estudantes reportaram algum conhecimento prévio sobre as doenças, porém,
existiram aqueles que ignoravam completamente o tema. Essa questão, também,
permitiu a investigação sobre os diferentes atores envolvidos no ciclo de uma
doença do tipo zoonose: os animais envolvidos, como os humanos contaminam-se,
os vetores da doença em alguns casos, o agente causador da enfermidade,
diferenças e similaridades entre os ciclos rurais e urbanos das zoonoses
investigadas. Essa última parte, relacionada às diferenças e similaridades,
ofereceu aos estudantes a oportunidade de debate para a identificação de que as
fronteiras dos diferentes ecossistemas são porosas e que existe uma consistente
troca entre eles: de organismos, de matéria e de energia.
A quinta questão foi utilizada para
a que os estudantes percebessem a aplicação social e política dos conhecimentos
de biologia. Eles precisaram descobrir se Porto Velho/RO contava com um
aparelho público chamado Centro de Zoonoses e qual era a função dele. Se
existia campanha pública de vacinação para controle de zoonoses e quem era
responsável pela sua execução e pelo custeio das doses e da força de trabalho
envolvida. Eles debateram, também, se Porto Velho/RO conta com a entrega do
saneamento básico em seus quatro eixos (manejo de águas pluviais, água tratada,
tratamento de esgoto e destinação final de resíduos sólidos) em toda a malha
urbana e se a situação atual desse serviço público na cidade é um fator que
contribui para a prevalência das zoonoses na cidade, além dos animais de rua.
A sexta e última questão foi
utilizada para refletir sobre a situação imediata dos cachorros de rua e dos
pombos na área do restaurante do IFRO Porto Velho Calama, uma vez que eles
agora percebiam parte do problema da presença de reservatórios de doenças
dentro da área do instituto e das possibilidades de transmissão de parasitas de
cachorros e pombos para humanos. Dessa forma, os estudantes debateram se o
hábito de alimentar e acariciar animais de rua com condição sanitária duvidosa
é um comportamento seguro por parte dos estudantes e, ainda, se a presença
desses animais na área do restaurante e sobre as mesas de alimentação deve ser
tolerado pelos usuários do ambiente (Figura 2).
Novamente, para Delizoicov (2001, p.
13), o ápice da problematização é fazer com que o discente reconheça “a
necessidade da aquisição de outros conhecimentos que ainda não detém, ou seja,
procura-se configurar a situação em discussão como um problema que precisa ser
enfrentado”. Assim, essa aula inaugural brevemente descrita e realizada na
primeira semana, quando as questões foram apresentadas e algumas resposta
superficiais produzidas, serviu para que os alunos percebessem a relação
biologia-sociedade-política, para que eles desenvolvessem uma compreensão
inicial acerca de conceitos da Ecologia e da Evolução e, também, para que
fossem estimulados a ponderar sobre suas posições iniciais assumidas em relação
ao trato com animais de rua, zoonoses e promoção da saúde pública. Em
sequência, foi lançado o objetivo da experimentação problematizadora: que eles
buscassem uma aprendizagem profunda sobre os conceitos de ecologia e de
evolução aplicados ao tema gerador e, então, produzissem argumentos para realizar
uma campanha educativa para a comunidade escolar, envolvendo professores,
estudantes, pais e colaboradores da escola.
Figura 2 – Animais presentes no IFRO Porto Velho Calama: registros
de pombos sobre as mesas e de cachorros de rua nas imediações do restaurante do
IFRO Porto Velho Calama, os quais são potenciais reservatórios de agentes
causadores de zoonoses. Fotos produzidas pelos estudantes participantes de
Experimentação Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde
pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de biologia, dentro de cursos
técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto Velho Calama. Fonte: Acervo
pessoal.
A Organização do conhecimento aconteceu no decorrer das próximas
cinco semanas, com os estudantes dedicados à produção de repertório científico,
técnico, social e político acerca do tema gerador investigado. Essas atividades
foram realizadas com pesquisas e produção ativa em classe, na biblioteca,
visitas técnicas, pesquisa em sites com o uso de smartphones e em atividades em
laboratório.
Sabendo que cultivamos animais de
rua em Porto Velho/RO, os quais são potenciais reservatórios de zoonoses, os
estudantes saíram em busca de evidências de que essas doenças existem na cidade
em que habitam e tentaram entender o problema para desenvolver uma solução que
considerasse custos ambientais, sociais, econômicos e políticos. A primeira
evidência encontrada foram notícias em jornais locais relatando o acometimento
de cidadãos por zoonoses, a preocupação com vetores de zoonoses e o impacto das
zoonoses na cadeia produtiva da pecuária (Figura 3).
Figura 3 – Casos de zoonoses em Rondônia: registros a partir de
notícias sobre zoonoses em veículos de comunicação de interesse e de circulação
em Rondônia. São exemplos de notícias compiladas pelos estudantes participantes
de Experimentação Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde
pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de biologia, dentro de cursos
técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto Velho Calama. As notícias
são consideradas evidências relatando o acometimento de cidadãos por zoonoses,
a preocupação com vetores de zoonoses e o impacto das zoonoses na cadeia
produtiva da pecuária. Fonte: Acervo pessoal.
Além disso, ao longo das semanas, os
estudantes buscaram produzir diferentes materiais, em formato digital e em
sulfitão, gerando argumentos para demonstrar a aprendizagem realizada para o
professor de biologia. As figuras 4 e 5 ilustram as produções realizadas no
desenvolver de duas semanas de estudos por um time de aprendizagem que
participou da Experimentação Problematizadora sobre combate a zoonoses e
promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de biologia,
dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto Velho
Calama.
A figura 4 ilustra a investigação
realizada sobre os ciclos das doenças zoonóticas, esclarecendo a forma com a
qual os humanos são contaminados, os diferentes agentes etiológicos e os
vetores envolvidos na transmissão de uma dada doença. Observem o registro de
animais (domésticos ou vadios ou silvestres) e todos os ciclos descritos,
esclarecendo que os estudantes dominaram a ideia de que esses organismos são
reservatórios de zoonoses se a devida vigilância sanitária não for realizada
(vermifugação e vacinação, por exemplo). A figura 5, por sua vez, mostra que os
estudantes procuraram uma compreensão mais detalhada acerca dos agentes
causadores das zoonoses e, por isso, buscaram descrever de forma pormenorizada
as diferenças entre microrganismos. Isso é importante pois a conduta para
combater cada tipo de agente infeccioso é diferente, tanto em zoonoses como em
outras enfermidades que acometem exclusivamente humanos.
Figura 4 – Demonstração da aprendizagem: registro da produção ativa
para esclarecer as diferenças e similaridades entre algumas zoonoses
registradas em Porto Velho, RO. Essa atividade foi realizada em classe pelos
estudantes participantes de Experimentação Problematizadora sobre combate a
zoonoses e promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de
biologia, dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto
Velho Calama. Fonte: Acervo pessoal.
Figura 5 – Demonstração da aprendizagem: registro da produção ativa
para esclarecer as diferenças e similaridades entre agentes etiológicos de
zoonoses registradas em Porto Velho, RO. Essa atividade foi realizada em classe
pelos estudantes participantes de Experimentação Problematizadora sobre combate
a zoonoses e promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de
biologia, dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto
Velho Calama. Fonte: Acervo pessoal.
A figura 6 relata os achados dos
times de aprendizagem que visitaram o Centro de Zoonoses de Porto Velho,
localizado na Av. Mamoré, nº 1120, Bairro Lagoinha, Porto Velho, RO. Os
estudantes conheceram os profissionais que ali atuam, conheceram as instalações
do aparelho público, conversaram sobre o tipo de atendimento realizado,
descobriram o material educativo sobre zoonoses utilizado em atividades de
educação sanitária e, ainda, tomaram conhecimento da Resolução da SECRETARIA
MUNICIPAL DE INTEGRAÇÃO – SEMI – Nº 03, de 15 de março de 2018, que determinou
que a política de proteção e bem-estar animal, especificadamente cães e gatos,
no âmbito do Município de Porto Velho, não caberia mais ao Centro de Zoonose,
mas seria de responsabilidade do Gabinete da Subsecretaria Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMA, provisoriamente. A publicação
oficial pode ser encontrada no Diário Oficial do Município de Porto Velho, RO -
DOM Nº 5.657 – com data de 19.03.2018.
Figura 6 – Visita técnica ao Centro de Zoonoses de Porto Velho:
registro das investigações para esclarecer a estrutura e profissionais
envolvidos com o controle de zoonoses em Porto Velho, RO. Essa visita técnica
ao Centro de Zoonoses de Porto Velho, RO, foi ativamente conduzida pelos
estudantes participantes de Experimentação Problematizadora sobre combate a
zoonoses e promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de
biologia, dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto
Velho Calama. Fonte: Acervo pessoal.
A figura 7 registra a visita técnica
de estudante ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia – CEMETRON – um
hospital de médio porte especializado no atendimento às doenças
infectocontagiosas e tropicais, como tuberculose, leishmanioses, malária,
leptospirose, acidentes por animais peçonhentos, dengue e outras patologias
relacionadas à saúde pública. Ele está localizado na Avenida Guaporé, nº 415,
bairro Lagoa, Porto Velho, RO. Os estudantes conheceram os profissionais que
ali atuam, conversaram sobre o tipo de atendimento realizado, e, ainda,
questionaram sobre a existência de pacientes internados para tratamento de
zoonoses no ano de 2019. Assim, eles tomaram conhecimento sobre o modelo de
gestão pública da saúde pública e sua relação com o controle de zoonoses.
Figura 7 – Estudantes na visita técnica ao Centro de Medicina
Tropical de Rondônia – CEMETRON: registro das investigações para esclarecer a
estrutura e profissionais envolvidos com o tratamento de pessoas acometidas por
zoonoses em Porto Velho, RO. Essa visita técnica ao Centro de Medicina Tropical
de Rondônia – CEMETRON, Porto Velho, RO, foi ativamente conduzida pelos
estudantes participantes de Experimentação Problematizadora sobre combate a
zoonoses e promoção da saúde pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de
biologia, dentro de cursos técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto
Velho Calama. Fonte: Acervo pessoal.
Enfim, o último conjunto de dados
compilados pelos estudantes envolvidos na prática pedagógica descrita está a
aplicação social-econômica dos conhecimentos de biologia. Esse conjunto de
dados foi produzido com base em pesquisas em literatura técnico-científica e em
bancos de dados públicos sobre epidemiologia e saúde pública. Na literatura,
por exemplo, os estudantes identificaram e socializaram com a turma o custo
social de uma doença, como uma zoonose (PEREIRA, 2014) (Figura 8). Para
estudantes da EPT, essa análise foi extremamente importante, especialmente pela
descoberta da palavra absenteísmo –
relacionado ao número de dias em que um trabalhador falta ao seu posto em
função de doenças. Os estudantes, adicionalmente, discutiram se em cidades em
que a população está mais sujeita à transmissão de zoonoses e sem saneamento
básico é esperada uma maior taxa de absenteísmo ou não.
Figura 8 – Custo social: classes de custos que compõem o custo
social de uma doença, como uma zoonose (extraído de PEREIRA, 2014) que explicam
problemas acessórios para pessoas acometidas por zoonoses em Porto Velho, RO.
Essa pesquisa foi ativamente conduzida pelos estudantes participantes de
Experimentação Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde
pública em Porto Velho/RO para a aprendizagem de biologia, dentro de cursos
técnicos integrados ao ensino médio, no IFRO Porto Velho Calama. Fonte:
Pereira, 2014.
Outra descoberta dos estudantes foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – o qual é um sistema alimentado pela notificação de casos de doenças e agravos pelos municípios, conforme a lista nacional de doenças de notificação compulsória (http://portalsinan.saude.gov.br/). Com base nas informações relatadas pelo SINAN, os estudantes comprovaram o que a visita ao Centro de Zoonoses, a visita ao CEMETRON e as notícias sobre Porto Velho apresentavam como evidências. Enfim, sim, a população de Porto Velho é acometida por zoonoses, os animais são reservatórios ativos de agentes causadores de doença e estão entre os cidadãos da cidade e, por último, é preciso o desenvolvimento de soluções para minimizar os efeitos dessas enfermidades sobre a população.
Entre segunda e sexta semana, os
estudantes fizeram pesquisas e conectaram os conteúdos de biologia (Ecologia e
Evolução) para o desenvolvimento de soluções para o combate a zoonoses e para a
promoção da saúde pública em sua cidade. Ou seja, eles deram significado aos
conteúdos estudados, relacionando-os à sua realidade imediata e ao seu
conhecimento prévio. Por isso, reafirmamos que eles passaram a desenvolver uma
compreensão científica da situação problematizada, ou seja, eles foram
alfabetizados cientificamente (KRASILCHIK, 2008).
A aplicação do conhecimento, última parte da experimentação
problematizadora, foi realizada na sétima e última semana do quarto bimestre.
Ela foi dedicada ao desenvolvimento da campanha educativa sobre zoonoses e
sobre algumas soluções propostas pelos estudantes a partir da aplicação do
conhecimento biológico. A figura 9 é um exemplo de produtos educativos
criados pelos discentes, os quais tem como objetivo informar a comunidade sobre
o tema gerador abordado, no caso em tela as doenças zoonóticas, juntamente com
possíveis soluções para solucionar ou mitigar seus efeitos sobre a população de
Porto Velho, RO. Esses produtos foram elaborados com aplicativos como o Canva (https://www.canva.com/) e buscaram ser instrutivos, de fácil leitura e
disponibilizados via redes sociais (Facebook do professor e dos estudantes) e
acessíveis de forma pública para qualquer membro da comunidade.
É de suma importância dar
publicidade aos produtos criados, como forma de promover maior engajamento e
reconhecimento pela execução dos trabalhos (PERONI et al., 2018). E, conforme relato dos estudantes participantes da
experimentação problematizadora, eles estabeleceram diálogos com colegas de
outros cursos no campus, com outros professores, com os pais e com
profissionais da saúde de outras instituições. Assim, é perceptível que os
alunos foram capazes para a utilização do conhecimento construído, em conjunto
com a turma e com o professor, através da ativa promoção do debate explicativo
e conscientizador com diversos membros comunidade da qual pertencem
(KRASILCHIK, 2008; FRANCISCO Jr. et al.,
2008).
Figura 9 – Infográfico da campanha educativa: exemplo da produção
para demonstração de aprendizagem e para desenvolvimento de campanha educativa
ativamente realizada pelos estudantes participantes de Experimentação
Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde pública em Porto
Velho/RO para a aprendizagem de biologia, dentro de cursos técnicos integrados
ao ensino médio, no IFRO Porto Velho Calama. Fonte: Acervo pessoal.
Finalizando, reportamos a solução
coletiva consolidada pelas duas turmas participantes da Experimentação
Problematizadora sobre combate a zoonoses e promoção da saúde pública em Porto
Velho/RO, a qual envolveu várias frentes de trabalho. Inicialmente, eles
defenderam a execução de ações coletivas como: 1) a vacinação antirrábica dos
animais domésticos e vadios; 2) que o comportamento de alimentação de animais
de rua, os quais tem condição sanitária duvidosa, não deve ser estimulado; 3)
que é preciso controle de vetores – insetos flebotomíneos, carrapatos, ratos e
pombos – para minimizar a transmissão de zoonoses, primordialmente a entrega de
serviços de saneamento básico.
Em sequência, os estudantes
perceberam que alguns animais serão eutanasiados, especialmente aqueles
portadores de hidrofobia e de leishmaniose. E, para evitar novos sacrifícios,
que as fêmeas de cachorro de rua devem ser castradas, reduzindo a natalidade
(novos filhotes nascidos). Essa estratégia limita o crescimento populacional
sem maus-tratos.
Por fim, os estudantes perceberam a
importância de promover uma campanha de adoção responsável. E, esses animais
após serem acolhidos, devem ser vermifugados e vacinados para atuarem como
barreiras à propagação das zoonoses.
Considerações finais
A prática educativa
apresentada evidenciou que a aprendizagem contextualizada de biologia em
observação à experimentação problematizadora pode potencializar a alfabetização
científica e a formação cidadã dos estudantes. O ensino pela problematização
demonstrou uma metodologia eficaz na promoção da alfabetização científica e
biológica, promovendo o desenvolvimento do pensamento crítico, da habilidade
dialógica e da argumentação baseada em fatos pelos estudantes. Foi possível
perceber que os alunos foram buscar meios para complementar seus achados, como
as visitas técnicas a entidades para compreender e apreender melhor sobre o
tema gerador estudado.
A experimentação problematização ocorreu ao longo do
bimestre, não apenas em uma aula, envolvendo momentos de problematização
inicial, organização do conhecimento e a aplicação do conhecimento. Durante as
atividades foi propiciada a cooperação entre os alunos, principalmente nos
debates realizados em sala de aula, para a construção colaborativa da resolução
do problema. Essa prática educativa está baseada no protagonismo estudantil e
no professor como mediador do processo ensino-aprendizagem, estimulando a
autonomia intelectual e criando processos mentais nos alunos para a aproximação
da realidade ao contexto escolar.
Por último, podemos
reforçar que o conhecimento das características da proposta aqui demonstrada,
não se esgota ao relato dessa prática pedagógica, e que novas discussões devem
ser realizadas, mas ao adotar essa estratégia de ensino, os discentes exercerão
o papel de protagonistas na busca pelo próprio conhecimento, sendo essencial na
formação de cidadãos críticos e conscientes.
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Antônio dos Santos Júnior
¹Biólogo, Doutor em
Ecologia pela UnB. Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.
Coordenador Acadêmico Local do ProfEPT/IFRO. Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Rondônia – IFRO – Porto Velho Calama. E-mail:
antonio.junior@ifro.edu.br
Fabiana Imberti Liuth
²Bióloga, Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Pro
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